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Saúde do idoso ainda engatinha no Brasil

No contexto mundial, a especialidade médica voltada à pessoa idosa começou a tomar forma há pouco mais de um século. A nível de Brasil, o embrião da geriatria se formou nos anos 1970 e teve como berço o Rio Grande do Sul. Somente em 2006, com a implementação da Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), ações específicas para a população com mais de sessenta anos passaram a ser implantadas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Neste contexto, o médico Luiz Antônio Nascimento tem vasta experiência, atuando, há muitos anos, como geriatra no estado de São Paulo. Na avaliação dele, não houve uma evolução significativa ao longo desses quase dez anos de PNSPI. “Naquilo que depende do serviço público, eu desconheço os avanços”.

A constatação é preocupante. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que em 2050 os idosos representem quase um terço da população brasileira, cerca de setenta milhões de pessoas, mas o número de médicos especialistas não cresce na mesma proporção. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), existe um geriatra para cada vinte mil idosos. Para o Dr. Luiz Antônio, se o sistema de saúde continuar caminhando nesta velocidade, o Brasil não estará preparado para lidar com as demandas que surgirão. “Só para se ter uma ideia, na região Leste de São Paulo, que abriga cerca de três milhões de habitantes, existe apenas um centro especializado em atendimento aos idosos, que fica em São Miguel Paulista”, lamenta o médico. Ele diz que o ideal seria formar redes integradas, com equipes multidisciplinares em equipamentos públicos de saúde que ofereçam, de forma plena, atendimentos que melhorem a qualidade de vida do cidadão idoso.